quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CIDADE: Água Doce do Norte

DADOS DO MUNICÍPIO:
Localiza-se na latitude 18°32’49’’S e longitude 40°58’44’’O
Fundação: 10 de maio de 1988
Gentílico: Água-docense
Unidade Federativa: Espírito Santo
Mesorregião: Noroeste Espírito-santense
Microrregião: Barra de São Francisco
Municípios Limítrofes: Ataléia/MG, Barra de São Francisco/ES, Ecoporanga/ES, Mantena/MG e Nova Belém/MG
Distância da Capital Vitória: 296 km
Área: 484.046 km²
População: 11.771 habitantes (censo IBGE/2010)
Densidade: 24,32 hab/km²
Altitude: 194 metros
Clima: temperado
Fuso Horário: UTC-3

HISTÓRIA:
A área territorial de Água Doce do Norte foi doada, em 1949, pelo fazendeiro Domingos Marculino, que, de acordo com a vontade popular, teria emprestado seu nome à localidade. Mas acabou prevalecendo denominação ligada ao hábito daqueles moradores de servirem-se de um cafezinho tão ralo que se assemelhava a água doce.
A povoação de Água Doce do Norte, então pertencente ao município de Barra de São Francisco, foi criada em 11 de outubro de 1949, recebendo o status de distrito em 1931. Em 6 de maio de 1988, pela Lei nº 4066, foi o município desmembrado do de Barra de São Francisco e em 1º de janeiro de 1989, instalado.

TURISMO:
Prainha do Rio Preto no distrito de Governador Lacerda de Aguiar







Rampa de vôo livre








Cachoeira do Rio Preto











SITE:

OUTRAS FOTOS:

Vista da Cidade no entardecer

Vista da Cidade



Estádio Municipal

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

CIDADE: Afonso Cláudio

DADOS DO MUNICÍPIO:
Localiza-se na latitude 20° 4'22.86"S e longitude 41° 7'11.05"O.
Aniversário: 11 de novembro
Fundação: 20 de janeiro de 1891
Gentílico: Afonso-claudense
Unidade Federativa: Espírito santo
Mesorregião: Central Espírito-Santense
Municípios Limítrofes: Laranja da Terra e Itarana (ao norte), Santa Maria de Jetibá (a leste), Domingos Martins, Conceição do Castelo e Venda Nova do Imigrante (ao sul) e Brejetuba e Estado de Minas Gerais (a oeste).
Distância da capital Vitória: 136 km
Área: 954.656 km²
População: 31.086 (censo IBGE/2010)
Altitude: 150 metros (área urbana) e 350 metros (área rural)
Clima: Tropical
Fuso Horário: UTC-3


INFORMAÇÕES GERAIS:
Afonso Cláudio é o maior município de toda a Região Serrana do Estado, tendo 21 bairros (incluindo o recém anexado bairro do Empoçado) e 6 distritos. Concentra no Centro da cidade, os maiores centros comerciais da região e é também sede da Microrregião de Afonso Cláudio, que abrange a maioria dos municípios da Região Serrana. Além de ter a maior concentração urbana, é o maior polo industrial e econômico da região serrana, seguido por Venda Nova do Imigrante. Possui a maior frota de veículos da região serrana, totalizando em cerca de 10.221 veículos de todos os tipos. Em todo o estado, nenhuma cidade apresenta maior conurbação na área rural como a cidade de Afonso Cláudio, em média, a cada 100 metros existe pelo menos 1 casa nos trechos de estradas principais.
Bandeira
É um município de clima tropical e a terceiro mais quente do estado, ficando atrás apenas de cachoeiro de Itapemirim e Colatina, superando em dias de verão até mesmo a capital litorânea Vitória.
Antes do município de Brejetuba se desmembrar, Afonso Cláudio era o maior produtor de café do Brasil. Além disso, é um município de porte médio, já que é o maior polo industrial-economico-político-urbano serrano. Sua principal avenida é a Av. Presidente Vargas, localizada do Centro da cidade e possui cerca de 2 km de extensão, com os maiores edifícios da região.
Brasão
É conhecida por dois apelidos: Cidade das Cachoeiras pelo elevado número de cachoeiras presentes no município que atraem milhares de turistas o ano todo, já que seu clima é quente, o que faz de Afonso Cláudio uma das cidades mais belas e prosperas do estado do Espírito Santo e; Baixada Serrana, já que a partir do território do município, começa a baixa elevação das terras em relação ao nivél do mar. Afonso Cláudio é o município mais baixo da região serrana.

ETIMOLOGIA:
O nome da cidade, Afonso Cláudio, é uma homenagem ao primeiro governador do Estado do Espírito Santo, Afonso Cláudio de Freitas Rosa.

HISTÓRIA:
Os índios Botocudos foram os primeiros habitantes dessa região. Diz-se, também, que desbravadores aqui se estabeleceram em busca de ouro, em meados do século XVIII. O primeiro a fundar uma pequena vila foi Sabino Coimbra de Oliveira, que com sua família e outros cidadãos se estabeleceu às margens do córrego Três Pontões, onde construíram alguns casebres, uma capela, um cemitério, e começaram pequenas plantações. Em certas épocas houve necessidade de se suprirem da água do Rio Guandu, buscando-a e levando-a sobre o lombo de animais. O vilarejo não prosperou porque uma grande seca que atacou a região na época, secando o córrego. Os habitantes decidiram procurar nas redondezas melhores condições para que pudessem instituir uma outra vila.
Este vilarejo passou a ser chamado de Arrependido. Foi nesta época que começaram a surgir as primeiras casas nas imediações da atual Av. Ramiro de Barros, no centro da cidade. Os primeiros habitantes que vieram para o município eram provenientes dos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Quando fundaram a cidade, na mesma época em que Cachoeiro de Itapemirim (a quem já pertenceu) foi fundada também, Afonso Cláudio prosperou como nunca e hoje é a maior cidade da região serrana do estado.
Afonso Cláudio já pertenceu a outros municípios: Cachoeiro de Itapemirim, Serra e Santa Leopoldina. No dia 09 de janeiro de 1891 se emancipou deste último devido ao crescimento acelerado na época que o município passou. Assim também, como muitos outros municípios da região serrana do estado pertenceram a Afonso Cláudio, como Brejetuba, Laranja da Terra e Itarana, o que fazia de Afonso Cláudio o maior município da região em extensão, porém, pouquissímo povoado pela extensão.
A população de Afonso Cláudio é de maioria descendente italiana, sendo que na região serrana, Santa Tereza, Afonso Cláudio, Venda Nova do Imigrante e Castelo, são as cidades com maior número de imigrantes italianos do estado. Os italianos chegaram na região (maioria) por volta de 1860, quando a cidade já estava fundada e já era a maior cidade da região. Logo depois, mais italianos foram para o município de Venda Nova do Imigrante onde fundaram a mesma.
Além dos italianos, Afonso Cláudio abrigou vários pomeranos e alemães do estado que vieram de Domingos Martins e Santa Maria de Jetibá.
O Hino de Afonso Cláudio tem a letra dada por dona Diana Gomes Weirich.


HINO DE AFONSO CLÁUDIO:
Letra e Música: Diana Gomes Weirich

Entre Motanhas, rios e matas,
Um dia uma Cidade despontou
Hoje através dos anos que passam
Títulos nobre ela já conquistou.

No Espírito Santo, Capital do milho
Terra boa pra café e feijão
Seus filhos nela desfrutam
Das obras da criação.

Gente hospitaleira, de bom coração
Afonso Cláudio tem na terra uma missão
"Trabalhar" - é o lema de todos
Tirando da terra o seu ganha - pão

Três Pontões, Pedra da Lajinha
São os pontos turísticos que tem
E como isso não bastasse
Deus lhe deu Cachoeiras também.


GEOGRAFIA:
A cidade é dividida em seis distritos: Afonso Cláudio (sede), Piracema, Fazenda Guandu, Pontões, Serra pelada (lagoa) e São Francisco Xavier Guandu. No passado o Laranja da Terra e Brejetuba pertenceram à Afonso Cláudio, e hoje são municípios independentes.
ORIGEM DA POPULAÇÃO
Grande parte da população afonso-claudense é de origem italiana e alemã. A cidade recebeu os primeiros colonizadores italianos e alemães do estado, e hoje o idioma secundário mais falado é o alemão seguido pelo italiano.
RELEVO
Localiza-se na Serra do Castelo porém faz a mesma sofrer com a baixa elevação das terras, já que o município é o mais baixo da região. O Pico mais alto é a Pedra Três pontões. Afonso Cláudio possui relevo ondulado e em sua maior área é montanhoso. Com vales em torno de suas mais altas montanhas e áreas planas ao contorno dos rios. O centro da cidade se localiza a pouco mais de 150m acima do nivél do mar porém, mais de 70% do território da cidade fica acima dos 300m.
Assim como todos os municípios da costa oeste-central do estado do Espírito Santo, Afonso Cláudio faz parte da Macrorregião Metropolitana de Vitória.
HIDROGRAFIA
Afonso Cláudio, ganhou por 4 vezes, o título de melhor água potavél do Brasil.
Em virtude do relevo acidentado, Afonso Cláudio possui inúmeros rios e riachos que cortam todo o território do município, e a maioria deságua no principal rio da cidade, o Rio Guandu. Também, devido ao relevo, a cidade é uma das que possuem maior número de cachoeiras de todo o estado, sendo considera a Cidade das Cachoeiras.
CLIMA
Apesar de predominantemente ameno, a depender da estação a temperatura varia muito. No verão, chega a atingir até 37°C (como Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Colatina e Vitória), já que é a cidade mais baixa da região serrana. Todavia, em épocas frias, tem temperatura comparável às outras cidades da região, inferiores a 18°C. Devido a sua altitude, relevo, hidrografia e condições florestais, Afonso Cláudio conta com um clima ameno e agradável. Nos dias mais frios, a temperatura média é de 21°C e nos mais quentes em cerca de 30°C.
VEGETAÇÃO
A vegetação predominante é de Mata Atlântica. A cidade possui muito de sua mata conservada, principalmente na região rural. A região de mata urbana, é quase toda devastada devido ao crescimento da cidade.


ECONOMIA:
A cidade é o maior pólo industrial da região serrana, onde são produzidos blocos de pedra em suas industrias do tipo, além do café, milho, tomate, batata, manga e entre outros produtos.


RELIGIOSIDADE:
Afonso Cláudio tem uma maioria de fieis da Igreja Católica.
Catedral
Os protestantes luteranos dos dois segmentos de igrejas luteranas: IELB (Igreja Evangélica Luterana do Brasil), originária da missão luterana americana (estadunidense) e IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, possuem muitos fiéis.
Há também um grande número de evangélicos: Igreja Batista, Assembléia de Deus, Presbiteriana, Deus é amor, Adventista e Batista Nacional.







TURISMO:
PICO DOS TRÊS PONTÕES
Distância da Sede do município: 4 km
Legislação de proteção ao atrativo: CEC - Resolução 01/99 – Processo 030/94. 
Descrição do atrativo: possui 1300m de altitude. Símbolo do Município de Afonso Cláudio, o Pico ou Pedra dos Três Pontões compõe um cenário de rara beleza para os turistas. A formação rochosa pode ser vista a quilômetros de distância. Devido à geografia do terreno e do próprio pico, se consegue chegar até sua extremidade, a mata que o rodeia pode ser explorada pelos visitantes. O nome foi dado devido ao formato do conjunto que apresenta três pontas com fendas enormes e profundas no alto. 
O Três Pontões é um local ideal para prática de Esportes de Aventura:
A prática da escalada no Três é uma história empolgante, que se inicia no ano de 1958, com a conquista do cume principal, na época um grande feito para os escaladores que ainda não possuiam os equipamentos mais desenvolvidos com nos dias atuais.
A montanha possui hoje 3 vias de escalada, sendo a escalada do dedinho a que mais impressiona os escaladores que visitam a pedra dos Três Pontões.

CORDILHEIRA DO EMPOÇADO
Formação montanhosa pertencente a Serra do Castelo, que possui diversas pedras com formatos diferentes, algumas listadas abaixo. Consiste em ínumeras formações geológicas de pedras formadas ao longo do tempo e uma das maiores altitudes da Serra do Castelo. A Cordilheira forma um paredão de pedras e matas muito preservadas. A Vila do Empoçado leva esse nome devido ao fato de estar localizada em volta da Cordilheira, com um vale muitíssimo extenso em sua volta, e nos dias de chuva, partes mais baixas se alagam. Localização: Empoçado

CASA DO ARTESANATO MUNICIPAL
Casa do Artesanato Municipal
Funciona como Casa do Artesanato, posto de Informações turisticas e lanchonete. Ótimo atrativo para conhecer a cultura afonso-claudense. Localização: Centro de Afonso Cláudio

PEDRA DO GATO
A Pedra que se localiza na comunidade do Empoçado, em Afonso Cláudio é atração municipal pelo desenho formado na face da pedra.

PEDRA DO ELEFANTE
Localização: Empoçado

CATEDRAL CATÓLICA SÃO SEBASTIÃO
É a catedral da região. Considerada uma das igrejas mais originais e antigas do estado. É a maior da região e possui a gruta de Nossa Senhora e a antiga escola religiosa onde hoje é ensinado o catequismo.
Localização: Praça Aderbal Galvão







CENTRO CULTURAL “JOSÉ RIBEIRO TRISTÃO”
Centro Cultural
Teatro e Centro de Convenções de Afonso Cláudio. Além disso, do alto do Centro Cultural, se tem uma vista prazeroza e incrivél do Centro de Afonso Cláudio.
Localização: Centro de Afonso Cláudio

PEDRA DA BROA

CACHOEIRA DE SANTA LUZIA
Cachoeira Santa Luzia
A cachoeira é a mais procurada ao longo do ano pelos visitantes, sendo a mais bela.
Localização: Santa Luzia

PEDRA DA LAJINHA
Pedra da lajinha
Procurada principalmente pelos praticantes do alpinismo e possui rampa de voo, para quem gosta de parapente.
Localização: Lajinha

CACHOEIRO BONITA

CACHOEIRA FIO DE OURO
Cachoeira Fio de Ouro













CACHOEIRA BELA VISTA
Cachoeira Bela Vista













FAZENDA GUANDU
Vista da Fazenda Guandu












MUSEU DAS GRANDES GUERRAS
Museu Grandes Guerras
Em Afonso Cláudio, você encontra o museu da guerra. O museu traz vestigios das Grandes Guerras Mundiais, retratando um pouco da história, roupas, vídeos temáticos da guerra entre outros além de mostrar um pouco da cultura pomerana afonso-claudense.
Localização: BR-484



PARQUE MUNICIPAL PEDRA DOS TRÊS PONTÕES
Parque Municipal Pedra dos Três Pontões
Afonso Cláudio possui um dos maiores parques estaduais da região e uma das pedras mais bonitas e bem desenhadas pela natureza do Estado. A Pedra Três Pontões atrai muitos turistas o ano todo, e permite a você escaladas e a vista de toda a comunidade do Arrependido (localização da pedra).
Localização: Siga pela BR-484 em direção a Serra Pelada. É o símbolo de Afonso Cláudio.

PISTA DE AEROMODELISMO
Pista de Aeromodelismo

É a pista de pousos de aviões e helicópteros da região, e usada principalmente para a pratica de aeromodelismo. Frequentemente ocorrem eventos voltados para o aeromodelismo.
Localizaçao: Empoçado

PRAÇA ADERVAL GALVÃO
Praça Aderval Galvão
Maior praça de Afonso Cláudio onde são atraídas muitas pessoas nas noites de sábado, devido as feirinhas que ocorrem. Ela passou por uma reforma de 100% de sua área (todas as praças da cidade passaram por essa reforma), onde está mais aberta, com melhor circulação e mais bonita.
Localização: Centro de Afonso Cláudio




AFONSO CLAUDENSE AUDENTE E PRESENTE
É a maior festa municipal, que acontece todo ano no centro da cidade (Praça Aderbal Galvão) e além disso reúne muitos artistas famosos que fazem shows gratuitos.
Localização: Acontece no Centro de Afonso Cláudio, na praça Aderbal Galvão


SITE:


OUTRAS FOTOS
Mapa

Vista de Afonso Cláudio

Pedra dos Três Pontões

Pedra do Gato

Pedra dos Três Pontões


domingo, 13 de novembro de 2011

TURISMO: Escadaria Maria Ortiz

A Escadaria Maria Ortiz, antes chamada de Ladeira do Pelourinho, traz em seu nome a lembrança da vitória dos capixabas sobre piratas holandeses, que tentaram conquistar a ilha durante o século XVII.
Alvo de piratas e de corsários desde a descoberta do Brasil, a cidade de Vitória tem um histórico de vitórias sobre piratas famosos. Um desses invasores foi o corsário holandês Pieter Pieterszoon Heyn (conhecido também como Piet Heyn), que aportou em 10 de março de 1625 e, junto com seus subordinados, atacou a vila na tentativa de conquistá-la. Entretanto, os invasores foram surpreendidos pela imprevista iniciativa da capixaba Maria Ortiz.
A jovem se destacou por incentivar os vizinhos a arremessarem água fervente, brasa, pedras, entre outros objetos, sobre os holandeses que subiam pela então Ladeira do Pelourinho. Os invasores buscavam alcançar o coração de Vitória, a Cidade Alta, e dali o domínio da ilha. Seguindo o exemplo de Maria Ortiz, o povo capixaba conseguiu espantar os holandeses, que retornaram ao seu navio, atracado onde atualmente se encontra a Praça Oito de Setembro, e se foram.
Em 1899, quando a Câmara Municipal decretou a nomeação e numeração de ladeiras, becos, ruas, cais e travessas, a ladeira recebeu o nome de Maria Ortiz, em homenagem à jovem. Trinta e cinco anos depois, em 1924, a mesma ladeira, já reformada, transformou-se na Escadaria Maria Ortiz, inaugurada no dia 15 de novembro.
A escadaria teve como autor o engenheiro Henrique Novaes e era ladeada por belas residências coloniais. Essas moradias, entretanto, foram demolidas para a construção de novos edifícios, dentro do objetivo da época, que era promover a modernização da capital do Estado.

HISTÓRIA: Maria Ortiz

Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória. A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. 
O vinho vinha da ilha da Madeira em ancoretas (barris) que ficavam empilhadas na taberna e iam sendo esvaziadas à medida do consumo pela gente da vila. Quando chegava novo carregamento, estas eram substituídas por ancoretas cheias de vinho. Mas nem todas eram substituídas. O prazer de Maria Ortiz, quando criança, era rolar pela ladeira do Pelourinho dentro de uma ancoreta vazia.
Na época em que a Holanda era inimiga mortal da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal, as colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o famoso capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho.
Maria Ortiz, nossa primeira heroína, contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá.
Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço.
Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia.
A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva, que o donatário da Capitania, destacou-a em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: “Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro”
Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz.
Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer, em Vitória, a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta e Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11.500 moradores.
A historiadora Nara Saletto escreve, em seu livro Donatários, Colonos, Índios e Jesuítas, que a atuação de Maria Ortiz foi oficialmente reconhecida no relatório que o donatário do Espírito Santo enviou ao Governador-Geral:
"... Na repulsa dos invasores audaciosos, é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que astuciosamente retardou o acesso dos invasores à parte alta da Vila, por eles visada, permitindo assim que organizássemos, com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. E ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro."


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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

HISTÓRIA: Frei Pedro Palácios

Nasceu em Medina do Rio Seco, perto de Salamanca. Espanhol, que ingressou na Ordem dos Frades Menores, Província espanhola de São José de Castela, em que florescia a mais estreita observância. Pouco depois se mudou para Portugal, onde obteve licença do Custódio Frei Damião da Torre de, em 1558, embarcar para a Capitania do Espírito Santo, no Brasil.
Na viagem, a embarcação foi tomada de forte tempestade, correndo perigo de naufragar. No desespero, lembraram-se os navegantes do religioso, companheiro de viagem, cujas santas virtudes já eram admiradas. Recomendaram-se às suas orações e um tomou-lhe o manto e, com ele, tocou as ondas, que imediatamente se aplacaram, permitindo próspera travessia. Desde então Frei Palácios só era chamado de o santo frade. Este fato é histórico, contado por todos os autores.
Depois de feliz viagem, o navio chegou à Capitania do Espírito Santo, em Vila Velha. Os companheiros de viagem se espalharam pela localidade e Frei Palácios cuidou do seu destino. Dias depois, porém, lembraram-se do religioso, que havia granjeado todo o seu afeto, e sabendo também os moradores da presença do santo homem, todos tiveram desejo de saber onde estava.
Procuraram-no e só depois de três dias encontraram-no numa cabana na montanha. Segundo a tradição local, o lugar do encontro foi um vão formado pela natureza em baixo de uma grande pedra, situada no sopé da montanha, junto à praia, ao lado esquerdo de quem entra pelo atual portão da "Ladeira da Penitência". Ainda hoje é conhecida por "Gruta de Frei Palácios" e, desde 1864, é assinalada por uma lápide comemorativa, que mandou colocar o Guardião Frei Teotônio de Sta. Humiliana.
Não querendo, pois Frei Palácios descer da montanha, pediu aos moradores lhe construíssem uma capela na parte plana da rocha. Fizeram-no e ele dedicou-a a São Francisco de Assis, colocando sobre o altar a imagem de Nossa Senhora da Penha e a imagem do Patriarca São Francisco. A morte do Servo de Deus se deu em 1570 e em 18 de fevereiro de 1609 os despojos foram exumados e transladados para a Igreja do Convento de São Francisco da cidade de Vitória. 

TURISMO: Convento da Penha

Num penhasco que ostenta no seu entorno imponente fragmento da mata atlântica, está edificado o Santuário de Nossa Senhora da Penha, fundado por Frei Pedro Palácios que aqui chegou em 1558, trazendo consigo o Painel de Nossa Senhora das Alegrias.
O monumento arquitetônico, peculiar na singeleza e sobriedade, apresenta em sua trajetória histórica muitas reconstruções como a excepcional concepção arquitetônica do Convento, inscrustado na rocha do morro, abrindo as janelas de suas celas para o magnífico panorama da barra de Vitória e do oceano Atlântico.
No seu início, Frei Pedro Palácios encontrou abrigo numa gruta de pedra, atualmente denominada Gruta de Frei Pedro Palácios, que tem ao lado o oratório de construção anterior a sua chegado ao Espírito Santo, que abriga uma réplica do Painel de Nossa Senhora das Alegrias.
Em 1562, construiu uma Capela dedicada a São Francisco de Assis, no local hoje denominado largo do Convento (Campinho), e em 1568, foi edificada, no cume do penhasco, a Capela que recebeu a imagem de Nossa Senhora da Penha, vinda de Portugal em 1569.
A Capela de Nossa Senhora da Penha sofreu várias ampliações, e anexo, foi construído, em várias etapas, o Convento da Penha, juntamente com o prédio do museu que é a histórica ex-“Casa dos Romeiros”; residência de hóspedes e as ruínas das antigas senzalas, cuja pedra fundamental data de 1650.
Edificado no cume do penhasco, de 154 metros de altitude, e localização privilegiada, a 500 metros do mar e no centro da cidade de Vila Velha. Oferece aos visitantes a mais bela vista panorâmica de parte das cidades da Grande Vitória, além do esplendor do pôr-do-sol.
No interior do Convento, o espaço mais expressivo é o da Igreja com sua preciosa Capela-Mor. O interior da igreja é revestido, parcialmente com madeira em cedro, entalhada com motivos fitomorfos, executada pelo escultor português José Fernandes Pereira, nos anos de 1874 a 1879, inclusive o assoalho com trabalho de marchetaria que no ano de 1980 foi reformado.
O Altar Mor da Igreja, executado em mármore, foi remodelado em 1910. Possui cuidadosa talha de madeira dourada do escultor italiano Carlo Crepaz, adotando a caligrafia de ornamental do ecletismo pontuada por capitéis, coríntios, festões, guirlandas com elementos vegetalistas, medalhões, anjos e frontão, datando do século XIX.
No centro do retábulo, o nicho de Nossa Senhora, que abriga a Imagem da Virgem da Penha, de origem portuguesa, de 1569. A imagem é ladeada por anjos e querubins e honrada com as imagens dos maiores santos franciscanos: São Francisco de Assis e Santo Antônio de Lisboa e de Pádua.
Enobrecem as paredes da capela as primorosas obras paisagísticas do Convento da Penha, realizadas por Vitor Meireles, encomendadas por Frei João Costa, entregues em 1877, e as obras sacras de Pedrina Calixto, que assinou as mesmas nos anos de 1926 a 1927.
Este santuário testemunha, desde os primórdios do povoamento da terra capixaba, a trajetória histórica evangelizadora dos religiosos da Ordem dos Frades Menores da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e, também, a devoção a Nossa Senhora da Penha, padroeira do Estado do Espírito Santo, que ultrapassa as barreiras do Estado, pois milhares de romeiros e devotos chegam ao Santuário para visita-lo, render graças e apresentar suas homenagens e pedidos.

LADEIRA DA PENITÊNCIA
A Ladeira da Penitência" que é uma via de acesso ao Convento exclusiva de pedestre, é também conhecida como a "Ladeira das Sete voltas" ou ainda das "Sete Alegrias de Nossa Senhora" . O nome de Ladeira da Penitência é devido à sua declividade acentuada e disformidade de calçamento feito de pé-de-moleque, o que exige esforço para subi-la.
O nome de "Ladeira das Sete voltas" é devido as curvas graciosas; e toda ela como que serpenteia pela mata, com seus recantos maravilhosos e convidativos à meditação e à oração a cada volta. As Sete Voltas também insinuam as "Sete Alegrias de Nossa Senhora", devoção instituída e propagada pela Ordem Franciscana a quem o fundador do Convento, Frei Pedro Palácios, dedicava especial predileção.
Sua existência data da fundação do Convento, tendo já passado por ela personalidades importantes de cenário religioso e político do País, a exemplo do Imperador Dom Pedro II e sua comitiva em 1860. O seu calçamento de pedras é produto do trabalho dos escravos, que ocorreu pelo ano de 1.643, iniciativa do Frei Paulo de Santo Antônio, tendo sido entre 1774 e 1777 renovado e que perdura até os nossos dias.
A subida pela Ladeira da Penitência resulta numa caminhada de 457 metros, cheia de encantos pelas pedras seculares do calçamento, pelo verde da árvores seculares, pelas sete voltas com suas cruzes e mini-nichos com imagens para meditações e orações.



MUSEU
Instalado pelo então guardião do Convento, Frei Alfredo W. Setaro, em 1952, o museu de Nossa Senhora da Penha, na antiga Casa dos Romeiros. Foi reinaugurado, no ano de 2000, pelo guardião Frei Geraldo A. Freiberger. O Museu de Nossa Senhora da Penha exibe vários objetos do acervo histórico do Convento, selecionados nas raras coleções que documentam o cotidiano do Santuário, por mais de quatrocentos anos.
Estão em exposição peças sacras, de liturgia, de vestimentas, dentre outras, além de ficar exposta uma parte da edificação do Santuário, no formato de uma "abóbada de tijolos apoiada sobre quatro pilares contígua a um pequeno cômodo originalmente de meia-água, em alvenaria de pedra e cal".

SALA DOS MILAGRES
Ao lado do museu está a Sala dos Milagres, que mostra parte da variada coleção de ex-votos, ofertados à milagrosa Virgem da Penha. A devoção popular de "pagamento de promessa" pelos devotos é secular e, aqui no Santuário, são muitíssimas as orfetas de ex-votos depositadas aos pés da imagem da Virgem da Penha.
Além dos objetos de ex-votos compostos de muletas, peças em cera e gesso, vestimentas e fotografias, a sala dos milagres também abriga a imagem de Nossa Senhora da Penha, esculpida por Carlo Crepaz, em 1958, fac-símile da original que também é denominada imagem peregrina por visitar as par´quias e comunidades de todo o Estado.

ENDEREÇO DO CONVENTO DA PENHA
Rua Vasco Coutinho, s/n, caixa postal 16 - CEP: 29.100-970
Vila Velha/ES
Tel: (27) 3329-0420
Fax: (27) 3340-6154
e-mail: conventodapenha@terra.com.br


HORÁRIOS DO CONVENTO DA PENHA
MISSAS
De segunda a sexta-feira

6h00, 7h00, 8h00, 9h30 e 15h00
Sábado
6h00, 7h30, 9h00, 11h00 e 15h30
Domingo
5h00, 7h00, 9h00, 11h00, 14h00 e 16h00

MISSA DOS ENFERMOS (Campinho)
2ª quarta-feira do mês - às 15h00
CONFISSÕES
Diariamente: das 08h00 às 11h00 e das 14h00 às 16h30
SALA DOS MILAGRES
Diariamente: das 08h00 às 16h45
SECRETARIA
Diariamente: das 07h30 às 17h00
PORTÃO DE ACESSO
De segunda a sábado, das 05h15 às 16h45
Domingo, das 04h15 às 16h45


SITE:
Obra de Mara Machado